Bairro com + vida

15/07/2023

O ENVELHECER NÃO ME AFUGENTA Regina Baldin

O envelhecer é a trilha mais séria e inerente de nossas vidas. Nos revela o quanto desconhecemos o nosso mais próximo; o nosso corpo. Adormecemos e ao despertar lá está ele observando, talvez desafiando?

Hum, companhia frequente e convenhamos, nada querida. Vamos caminhar e os passos não são mais firmes, retos, aqueles de “outros tempos”. Vamos ler e as palavras dançam um bailado desconexo, indelicado. O ouvir está cada vez mais diminuto. Buscamos pela memória e ela se esconde.

Aí,  pegamo-nos indagando qual a saída? onde nos metemos? Parece que tudo estava tão bem até ontem, nem percebemos as mudanças acontecendo e hoje de repente parece que ficou tudo ruim. E caramba, é pra valer, não tem discussão ou barganha, não há possibilidade de retorno só o continuar e ir para a frente, seja lá o que isso significa.

O que fazer então com essa imensidão de desacertos? Por vezes, parecemos desconectados com o que nos cerca. E logo eu que acreditei saber para onde ir, e como chegar. Olho para trás e revejo tantas pessoas, tantas paisagens, tantas alegrias e chateações, tantas realizações.

Aaah! Como vivi, como amei e sofri, lutei e acreditei, como vi e desconheci, às vezes duvidei. Porém a minha história é toda minha, nela sou a protagonista, a personagem principal percebendo claramente que desempenhei o papel mais importante e notável de qualquer ato, de qualquer peça, fiz parte de um todo de modo bem particular e pasmem! Todo meu.

Afinal, ter clareza daquilo que sinto e preciso é preponderante ao meu cuidar. Busquei o autoconhecimento e o sentido da vida e hoje, divirto-me com as tais indagações e sinto-me tão mais livre do que jamais me senti, essa autonomia toda minha e este brilho que fui e continua sendo o viver. Minha energia não tem a mesma intensidade, mas não me falta disposição para acompanhar o novo, então, deixe ele vir.

Veja também